Todos os anos Portugal é fustigado pela “praga” dos incêndios. Muito poderia, e certamente vai ser, escrito em relação a isso, causas, motivações, prevenção, etc.
Mas a acompanhar tudo isso, existe também a “praga” das notícias, transmissões em directo, entrevistas a quem perdeu tudo (minutos logo a seguir à tragédia), repetições, acusações (tendo como pano de fundo o próprio incêndio), contra acusações, enfim, um verdadeiro circo mediático é montado à volta deste flagelo.
Pelo menos, em relação a um canal televisivo, parece haver a consciência de que alguma coisa tem de ser mudada. É por isso, que vejo com agrado, que a estação pública portuguesa (RTP) decidiu criar regras para a cobertura dos incêndios.
Essas regras passam, nomeadamente, pela tentativa de não repetir imagens e identificar a hora do seu registo.
Num documento distribuído pelos profissionais, a Direcção de Informação sugere aos jornalistas e técnicos que se preocupem em mostrar o que é particular e distinto em cada incêndio, evitando a descrição vaga.
Segundo as linhas orientadoras, os profissionais deverão dar primazia a dados concretos, como a evolução do fogo, em detrimento da redundância.
Em relação aos depoimentos, o repórter deve abster-se de entrevistar populares que não estejam envolvidos e de questionar as pessoas sobre as causas do incêndio.
Ainda segundo as novas regras, os fogos dados como activos num telejornal devem ser acompanhados na edição seguinte
Vamos ver se é suficiente.