Ser de esquerda ou direita também está no cérebro
Há diferenças na actividade cerebral
Ser conservador ou liberal, ou ser de direita ou de esquerda, para usar uma linguagem mais próxima da visão portuguesa acerca desta oposição, corresponde a perfis cognitivos distintos e, garantem agora os cientistas, a funcionamentos cerebrais diferentes também.
Essa é a conclusão de um estudo de investigadores dos Estados Unidos, que testaram a performance de um grupo de voluntários, estudaram as sua actividade cerebral por EEG (electroencefalograma) e descobriram que os conservadores tendem a reagir de forma conservadora a novos estímulos, enquanto os outros têm respostas mais inovadoras perante estímulos diferentes.
Nada de novo? Longe disso. É que a diferença entre os dois tipos de respostas é perfeitamente visível nos registos do EEG. E a equipa até identificou a zona do cérebro que gera essa diferença. É o córtex cingulado anterior, uma pequena estrutura localizada no interior do cérebro, atrás do lobo frontal, que parece estar associada a certas memórias que permitem à mente humana reconhecer as situações em que é necessário alterar o comportamento habitual.
De acordo com os resultados do estudo, que foi coordenado por David Amodio, da universidade de Nova Iorque e publicado na Nature Neuroscience, "as pessoas de esquerda" apresentam quase o dobro da actividade das "de direita" nesta estrutura cerebral.
O estudo envolveu 43 voluntários que, numa primeira fase, responderam a um questionário de personalidade para determinar o seu perfil. Depois foram sujeitos a uma experiência muito simples: frente a um computador, tinham que carregar num de dois botões consoante lhes fosse apresentada a letra M ou a W. Os sujeitos tinham apenas meio segundo para reagir a cada visualização (eram 500 ao todo) e em 80% delas a letra apresentada era sempre a mesma.
De acordo com os resultados obtidos pela equipa, os voluntários mais conservadores carregavam 47% mais vezes no botão correspondente à letra mais frequente, quando a letra apresentada era a outra. Ou seja, a sua resposta era "conservadora" perante o novo estímulo visual. Já os "os esquerdistas" apresentavam uma margem de erro bem menor, com apenas 37% de respostas ao contrário.
Para os investigadores isso demonstra que uns e outros têm perfis diferentes de resposta a novos estímulos. Que isso se "veja" na actividade cerebral, é a grande novidade desta trabalho, que levanta a hipótese de um dia, quem sabe, se poder prever quem vota à direita, e quem vota à esquerda com um simples EEG.
Artigo in DN online
6 Comments:
en passant...
passei pelo teu blogue....
pergunto-me,
e não sei,
se serei de esquerdas , de direitas ou de nada.
de cereza ... de nada!
Se os investigadores testassem o Zé Sócrates ficavam todos baralhados.
Este comentário foi removido pelo autor.
Ah, já percebi porque Portugal é um dos países mais atrazados da Europa!
Com tanta gente (com metade da actividade cerebral da gente de esquerda) a ir às urnas, não podia haver outro resultado
fónix, pá, até que enfim que se prova que com a esquerda a margem de erro é menor. Agora é só deixar a malta experimentar a gobernaçõm.
Ele há cada maduro...
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