Comunicação Social vs Justiça I
Cada vez mais a comunicação assume-se como um verdadeiro poder, mas um poder sem qualquer controlo e sem qualquer regras. Diz o que quer, faz o que quer, e ninguém a pode contrariar.
O último exemplo é a vergonhosa exploração da situação que envolve uma criança e o militar da GNR. Não sei quem tem razão, e neste momento não parece que isso seja o mais importante. O que choca é o espectáculo montado à volta de toda a triste situação.
A comunicação social devia ter por objectivo comunicar à população em geral os factos tal como eles acontecem, deixando às pessoas a capacidade de formar a sua própria opinião sobre o assunto.
Se alguém da comunicação social quer exprimir a sua opinião, deve faze-lo a título pessoal, e como artigo de opinião. Não é o vem sucedendo nos dias que correm.
O exemplo mais gritante passou-se no passado dia 20 de Janeiro de 2007. Enquanto fazia um zapping pelos vários canais de televisão, deparei-me com uma entrevista a um juiz da Ass. Sindical dos Magistrados Judiciais, num canal da SIC (SIC Generalista ou a SIC Noticias, já não recordo).
O assunto, como não podia deixar de ser era sentença conhecida no caso da criança e do militar da GNR. Deixei ficar para ver se compreendia o que se passava. E de facto, foi bastante elucidativo, pois o juiz em causa demonstrou com documentos e outras referências o historial da situação (não pretendo tecer comentários à decisão em si, se é justa ou não). Isto apesar de constantemente interrompido pelo “jornalista”.
No final da entrevista, o “jornalista” ao fazer um resumo de tudo o que ali havia sido dito, contrariou pura e simplesmente tudo o que havia sido dito pelo juiz, como se o que acabara de ser dito não tivesse qualquer relevância e terminou a emissão.
Isto não é jornalismo. Mais não é do que vender sangue, mais audiências, mais confusão. Os meios de comunicação social são e querem ser fazedores de opinião, e não relatar os factos.
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