segunda-feira, janeiro 15, 2007

Não é assim que se conquista a credibilidade

“A Lei é igual para todos.”
A expressão é verdadeira, não existe uma lei para o Sr. A, nem uma lei para o Sr. B.. Mas infelizmente, o entendimento, a interpretação, de quem compete aplicar essa lei, essa sim, varia.
Os magistrados judiciais, vulgo juízes, e os magistrados do ministério público, tem por missão aplicar a lei existente, vigente, de forma imparcial (a justiça é cega, ou devia ser) independentemente de quem se apresenta à sua frente acusado de violar essa mesma lei.
Quando um pobre Zé Qualquer é apanhado numa operação Stop realizada pela polícia, ele não tem grandes esperanças quanto ao seu futuro. Se por mero acaso acusa uma taxa de alcoolémia superior a 1,20 gr/l, só tem duas certezas, vai ser presente a julgamento pelo crime de condução em estado de embriaguez, com a consequente pena, e acessoriamente, vai ficar inibido de conduzir veículos motorizados pelo menos durante 3 meses (mínimo lega).
Ora, e se fores uma pessoa conhecida? Será que a regra se aplica? Ao que parece não. Não conheço os contornos do caso, pois não assisti, mas a julgar pelas notícias que vieram a público, não é essa a interpretação de quem aplica a lei.
Tudo isto a propósito do chamado “caso Luisão”. O jogador de futebol do S. L. Benfica, terá sido interceptado numa operação Stop realizada pela PSP e ao ser detectado uma taxa de alcoolémia superior a 1,20 gr/l, foi notificado para comparecer no tribunal no dia seguinte para ser julgado pelo crime de condução em estado de embriaguez. Até aqui, nada de estranho, a lei foi cumprida, e os agentes da autoridade cumpriram com o seu papel.
O estranho, é no dia seguinte, ouvir a noticia de que o referido jogador terá de prestar serviço comunitário por um período de 40 horas (também nada de estranho, é uma das penas possíveis) mas com autorização para conduzir!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!. O quê?
Com autorização para conduzir? Um Zé Qualquer, motorista de profissão, que necessita da sua carta de condução para ganhar a vida, fica durante pelo menos 3 meses sem conduzir, sem poder ganhar o seu sustento, e este individuo, com capacidade financeira para se deslocar por outros meios de transporte a seu custo ou a custo da sua entidade patronal, que não necessita da carta para ganhar o seu sustento, é autorizado a conduzir.
QUE JUSTIÇA É ESTA?
O mínimo que se pode dizer, é que neste caso, a justiça é cega, mas na verdadeira acepção da palavra.

5 Comments:

At 2:24 da tarde, Blogger Ana M. said...

Cega, surda e muda.
É o nosso fado.

 
At 9:49 da tarde, Blogger Mentiroso said...

A justiça em Portugal é administrada por indivíduos que cresceram com os políticos e outros indignos. Foram educados por pais semelhantes e têm as mesmas ideias e ideais. Que se pode esperar deles?

Ao assassino da polícia que matou um cidadão qualquer foi-lhe aplicada uma multa. Afinal, quem devia ir para a grelha era o juiz que lhe atribuiu essa pena. Porque não?

Os casos citados não são excepções, são o normal de Portugal, um país sem lei, pior que no tempo dos pistoleiros do Far West e dos juízes itinerantes. Há muitos mais casos conhecidos, como aqui , aqui aqui.

A justiça em Portugal escreve-se com inicial minúscula, não é cega, surda, nem muda. Vê tudo errado, ouve todos os corruptos e berra auto-publicidade nojenta a plenos pulmões. Além disso não se toma por soberana, pois que faz greves de funcionários.

 
At 10:50 da manhã, Blogger sem-comentarios said...

A nossa lei é uma vergonha !
O nosso governo, é uma vergonha !
Enfim, vivemos num país em que infrigir leis está na moda e recomenda-se.

 
At 12:41 da tarde, Blogger mixtu said...

muita cega... ou então deviam todos ser sentenciados assim...

abraços

 
At 2:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Mete cegues nisso... é um costume nosso... TUDO DE BOM :)

 

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