terça-feira, janeiro 31, 2006

A Caixa de Pandora II

Conforme disse no meu Post passado, a questão da “abertura” da sociedade a novas realidades, nomeadamente os casamentos de pessoas do mesmo sexo, pode levar a se abrir um Caixa de Pandora com consequências, sociais difíceis de prever.

Em inícios de Novembro passado expus aqui a minha posição, que agora reitero, para que fique clara, atenta as novas investidas do Lobi gay, da Imprensa e do alegado Principio da Igualdade.

A questão de fundo é uma só: a família auto reprodutiva (aquela que se reproduz por si só) tem lugar na nossa sociedade e merece uma protecção especial. Sim ou Não?

Não se trata de discriminação dos Gays (que são pródigos em discursos miserabilistas, que são uns coitadinhos, que ninguém os aceita, etc).
Nem tão pouco por em causa a igualdade de tratamento, como veremos, trata-se somente de saber se o casamento, tal como está, deve continuar, ser modificado ou acabar.

O casamento, e independentemente de considerandos Políticos, Sociológicos, Morais ou Religiosos, foi instituído para, numa visão ultima, se saber quem são os pais dos filhos que as mulheres tem.
Ou seja, como a Maternidade é um acto ostensivo e público, a mulher dá á Luz e, desde logo, é Mãe. Porém, perguntava-se, quem é o Pai?
Como tal era impossível de se saber, o Pai da criança era o marido da mulher. Assim se resolviam os problemas de identidade da criança, de expectativas sucessórias, o enquadramento familiar, etc.
Na esmagadora maioria das sociedades era proibida a poligamia, para que se soubesse sempre quem era o Pai da Criança.

Se a visão da Família, tal como a conhecemos, é alterada, deixando de ser um resultado natural do encontro de dois sexos diferentes e reprodutiva por si mesmo, e passa a ser uma situação criada contratualmente, então o casamento pode ser aberto a pessoas do mesmo sexo.
Se for essa a visão das coisas, não há qualquer razão para que tal não se faça.

Assim, dois homens e duas mulheres têm direito em constituir uma família, que, porém, não se reproduz, por si só.

Porém, a se seguir por essa lógica, há que se ser intelectualmente honesto e perguntar: Porquê limitar esse casamento a duas pessoas? De facto não havendo o problema dos filhos e da identidade dos mesmos, porque reduzir a dita familia o dito casamento a duas pessoas?

Porque não autorizar-se o casamento de três, ou quatro, sete ou onze pessoas, que também se querem casar umas com as outras.

Se o Casamento passa a ser um contrato civil, porque é que esse contrato não é ampliado a tantos os contraentes, quantos as partes decidirem?

E como não há filhos naturais, não há problemas em se saber ou não quem é o Pai ou a Mãe (a única razão natural para limitar o casamento a duas pessoas de sexo oposto), logo podem existir tantos Pais e Mães quantos as partes desejarem.

Se é isso que se pretende, o casamento com esse nome, pura e simplesmente, acaba.

Passa a haver um contrato de união entre duas ou mais pessoas entre si e, graças ao desenvolvimento da genética, tal até deve ser admitido entre pessoas de sexo oposto!

De facto podem existir casamentos colectivos, entre p.e. 5 homens e 5 mulheres todos casados com todos (tipo bacanal legal) pois se uma mulher engravidar, uma simples analise genética diz quem é o pai.

Não existe uma única razão legal para esse contrato não ser instituído.

As únicas razões contra que podem ser lançadas são de mera ordem Moral.

E tudo isto leva-nos a outra questão: será este o Principio da Igualdade que está na Constituição? Ou a igualdade não deverá, obrigatoriamente, respeitar as diferenças?

Terá o Principio da Igualdade sido pensado para igualar o que é, naturalmente, diferente, ainda que não desigual?

12 Comments:

At 5:28 da tarde, Blogger Unknown said...

Eu confesso que a mim não me faz qualquer diferença que eles queiram ou não casar...
Face ao aumento da homossexualidade, mais tarde ou mais cedo isso acabará por acontecer, como já acontece noutros paises. Eles existem como pessoas, e goste-se ou não deles, não os podemos ignorar.
Têm direitos como qualquer heterossexual, e isso é um facto...

 
At 5:55 da tarde, Blogger Mac Adame said...

Com leis ou sem elas, cada um sabe da sua. Mais que a lei, o que me preocupa é a aceitação ou não das mulheres em relação às minhas fantasias. Eu era capaz de amar cinco ou seis mulheres ao mesmo tempo, mas elas não querem ser amadas em simultâneo... Não há, pois, lei que me valha.

 
At 5:58 da tarde, Blogger Galo Rouco said...

caro Macaco, com os casamentos de gays, essa tua fantasia será possivel.
Por isso eu sou um apoiante convicto de tal evolução social.

 
At 6:22 da tarde, Blogger susana said...

galo rouco, sabes bem que não são os gays que fazem a diferença!!Gay não estorva, simplesmente porque não se interessa por mulher!!Não é o caSAMENTO dos gays que vai aumentar, o número de mulheres disponíveis!!Se eles querem casar, que casem!!!

 
At 12:46 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Olá, Galo Rouco!
É um tema actual e complexo, dependendo dos valores e da visão de cada um.
Hoje estou sem tempo, por isso para já não vou mais além.
Um garnde abraço,

 
At 3:39 da manhã, Blogger Rowlf said...

Então o objectivo do casamento é ter filhos? Muito bem. Daqui a pouco estamos a dizer que o objectivo do sexo é ter filhos.
Trata-se aliás de um princípio muito interessante e que te devia levar a defender que o Estado aprovasse uma lei a dissolver automaticamente todos os casamentos que não tivessem resultado em prole ao fim de um prazo aceitável (digamos, 5 anos...)
E pela tua lógica, deveria admitir-se desde já o casamento entre várias pessoas, desde que de sexos diferentes (a 2 e 2) e devidamente vasectomizados no caso deles e com as trompas laqueadas no caso delas.
O casamento é um contrato entre 2 pessoas que querem fazer uma vida em comum.
Não vejo que tenham de ser de sexos diferentes.
E admitir-se o casamento entre homossexuais não é o mesmo que admitir o casamento entre várias pessoas.
Como já disse anteriormente, está em vigor desde 2001, no nosso País, uma lei que reconhece as uniões de facto entre duas pessoas, independentemente do sexo.
É isto respeitar as diferenças?
Ou seja, os e as homossexuais são iguais aos heterossexuais para constituirem uniões de facto, mas não para casarem?
Eu respeito as diferenças.
Acho que a lei também as devia respeitar.
E não sinto a minha virilidade em risco por defender este ponto de vista.

 
At 3:43 da manhã, Blogger Pipinha said...

Muito bem escrito! Parabéns!
A única questão que coloco é sempre relacionada com a banalização do conceito de casamento. Imaginemos que os gays e lésbicas até se casam. Está cientificamente provado que a probabilidade de um casamento homossexual dar em divórcio é muito superior relativamente a um casamento heterossexual. Depois somando a estatísticas, porque se torna indiferente serem uns ou outros, acabam por dar em divórcio quase todos os casamentos. A seguir vêem os tipos de uma nova pseudo-esquerda a reclamar para que é que se inventou o conceito de casamento uma vez que este só dá barraca! Sinceramente, acho estas lutas perfeitamente ridículas...

 
At 6:50 da manhã, Blogger Rowlf said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 6:24 da tarde, Blogger Eric Blair said...

Pá, estou com o camarada McAdriano.

 
At 9:47 da tarde, Blogger Cucagaio said...

A lei diz que o casamento é um contrato entre duas pessoas de sexo diferente. Ponto final. Só se podem casar um homem e uma mulher. Porque razão se há-de estar a alterar a lei por causa de meia duzia de pessoas? Pessoas essas que a maior parte das vezes criticam o resto da sociedade por yudo e por nada. Se querem viver juntos, vivam, mas porque razão andam a chatear o resto do povo. Não aceitam que os critiquem, não gostam de ser apontados por isto ou aquilo, mas estão sempre a chatear todos os outros. Pois bem, vão para a p....

 
At 10:12 da tarde, Blogger Rowlf said...

O post anterior é mais uma manifestação do espírito "tolerante" dos autores deste blog. Por mim, gosto de discutir ideias, mas tal como não frequento tabernas também não gosto de frequentar blogues onde a discussão é substituída pelo insulto. Assim sendo, Hasta!

 
At 4:18 da tarde, Blogger Galo Rouco said...

Caro Rolwf, não penso haver necesidade para se chegar e tal ponto.
Espero que reconsideres e voltes.
Em todo caso deixa-me esclarecer alguns pontos do meu post:

Nunca disse que o casamento era para ter filhos.
Disse que foi instituido para que os filhos das mulheres tivessem um Pai.
E no meu post vou mais longe, se se acabar com o casamento tal como ele é, não vejo o porquê de se limitar esse novo contrato a duas pessoas.
E se três, ou cinco pessoas decidirem viver juntas, porque não!
Um Abraço.

 

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