Flexibilidade Portuguesa

Esta coisa de Portugal, enquanto Estado, se dobrar pela espinha e dar o cuzinho a quem vem, já começa a chatear.

Aqui há umas semanas, o futebolista Pedro Mantorras, residente em Portugal há vários anos, foi apanhado a conduzir um veículo com uma carta de condução emitida pelo Estado de Angola. Ora, como Angola não é subscritora de qualquer convenção à qual Portugal aderiu e não existe nenhum acordo particular entre os dois países, a policia, e muito bem autuou o futebolista.

Qual não é o meu espanto, quando leio nos jornais alguns dias depois, que o Ministério Público decidiu mandar o processo para inquérito. Porquê? Ou tem uma carta válida ou não tem. Não há nada para investigar.

A primeira coisa que veio à minha mente foi a história do Luisão. Futebolista do S. L. Benfica, também vai ter o mesmo destino. O que por si já era mau.

Passados mais alguns dias, leio igualmente nos jornais a famosa caça à carta de condução emitida por Portugal nas ruas de Angola (e só a estas cartas). Os indivíduos não estiveram com meias medidas, mandaram parar todos os portugueses que encontraram, autuaram, detiveram e condenaram em menos de 24 horas, e agora só resta pagar.

E o que fazem as “autoridades” portuguesas, meteram o rabo entre as pernas, calaram-se e ninguém os ouviu.

Fala-se agora de um acordo bilateral a ser celebrado no futuro. Que só beneficia o futebolista Pedro Mantorras, pois como o seu processo ainda está em inquérito vai ser abrangido por esse acordo.

Os pategos dos portugueses a residir em Angola, esses é que ninguém ajuda, pois só lhes resta pagar e assobiar.