Viva Las Cocas!

A pobreza e o subdesenvolvimento, no mundo, são situações gritantes e pungentes para os países que são afectados por tais males.

A Africa, o sub continente Indo-asiático e a América Latina, são exemplos onde as populações, martirizadas anseiam por melhores dias e condições mínimas e humanas de sobrevivência.

Tais necessidades geram, por seu turno, fenómenos sociais e políticos, que se compreensíveis em contextos de miséria e esperança, não deixam de ser absurdos para certas partes do mundo, nomeadamente para o dito primeiro Mundo.

Vem a propósito o facto do recém-eleito presidente da Bolívia, Evo Morales, ser um fervoroso defensor das plantações de cocaína no País, tendo mesmo votado com um ramo de folhas de coca na mão.

A primeira reacção que temos é a de total espanto e repulsa por tal facto: Em qualquer País da Europa, ou outro que se diz civilizado, tal facto consubstanciava, em si e sem mais, o crime de tráfico de droga!

Só que indo um pouco mais fundo vemos que o absurdo da situação é proporcional á enorme e complexa explicação do fenómeno do tráfico e consumo de drogas.

Enquanto a plantação de coca na América latina (tal como a plantação de ópio no sudoeste asiático), foi mais lucrativa que a plantação de bananas ou mangas, a coca continuará a ser produzida.

Tanto mais que o mercado de escoamento do produto está assegurado, graças as sociedades americanas e europeias.

As que mais reclamam, legitimamente, com a situação, mas que não conseguem, nem se sabe como possam vir a conseguir, por termo, ou controlar, o fenómeno do tráfico e consumo de drogas.